segunda-feira, março 06, 2006

Perde Vida

Joana dorme em seu quarto, após cinco minutos de estudos. Os livros nada disseram que já não desconfiasse.
Pedro Paulo mata horas acertando ou errando seus dardos no alvo que montou na parede da sala de jantar. Enquanto isso, lá fora, o sol é radiante como sempre.
Tamires e Mariana se divertem desenhando corações nas bordas de todas as folhas de seus cadernos, enquanto a mãe de uma delas grita em desespero que ainda não preparou o lanche da escola e está atrasada.
Henrique José Vicente desenha com clipes e grampos o símbolo de seu time de futebol sobre a mesa, atrasando com isso o trabalho de todo o seu departamento.
Teresa e Cosmo, crianças por pouco tempo ainda, divertem-se manipulando as formigas do formigueiro que fica abaixo do pé de acerola lá de trás, bem no fundo do terreno de dona Malú.
Teresa e Cosmo, quinze anos depois, aborrecem-se brigando ao lado do formigueiro que ele destrói com o pé, lá no fundo daquele terreno.
Oito anos mais tarde, Cosmo agradece por ter certo dia destruído aquele formigueiro e Tereza nem se importa com as poucas formigas que sobraram. Os dois deitados no chão ao pé de acerola, preocupando-se cada qual com sua esposa ou seu marido, como couber, que esperavam lá na frente, bem na porta da casa de dona Malú.
Manoel, fazendo seu papel de mané, perde nem sabe quanto na barraca de jogatina móvel dos irmãos Sales, que gastavam tudo em bebidas.
Teresa, logo depois de casar-se, gasta considerável quantia das economias de seu marido Alberto, para que uma numeróloga troque seu "s" (ésse) de Cosmo por um "z" (zê) de Tereza feliz.
Humberto Plínio Sá Siqueira de Carvalho e Tantos Outros Nomes Mais investe pequena quantia de sua fortuna noutra empresa que lhe trará mais outra fonte de lucro absurdo e desnecessário aos seus oitenta e seis anos de vida sem filhos.
Carlos Eduardo toma cachaça para esquecer.
Aline usa drogas para viajar.
Maria Benedita paga dízimo para se salvar.
Antonio de Souza continua a economizar dinheiro para o casamento.
O Rubens, do setor de compras, insiste com o patrão que quer uma promoção. Nem pensa que nisso o Imposto de Renda tornará seu salário ainda menor.
Gisele Silva, depois de doze anos, não quer mais acreditar nas promessas de seu noivo, Antonio de Souza.
Simone, do 6º C, quer que quer o Betão só pra ela.
O Betão, do 8º F, quer todas, inclusive a Simone.
Francine, também do 8º F, seria e gostaria de ser a mulher da vida de Betão, se ele não fosse tão mulherengo...
Betão não gosta dos óculos de Francine.
Marina era casada, mas adorava Alberto e conseguia dele tudo o que queria.
Alberto seria escultor, dos melhores, mas tornou-se policial por força de seu pai.
Teresa frequentava bares e adorava homens em fardas.
Alberto, num bar, um dia, encountrou Teresa, que nem procurava e nem queria.

E o quê mais?

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oi Amor! Noto que teve uma Noite produtiva, muito bom! sua caneta deslizou de maneira corrente! amei, tanto um texto quanto o outro!
biseaus no coração

terça-feira, março 07, 2006 2:01:00 PM  
Blogger Neysi said...

e assim a vida segue...
Gostei do blog, virei com mais calma ler os outros posts
um beijo

terça-feira, março 07, 2006 4:56:00 PM  
Blogger Alessandro said...

Ah... cadê aquilo que se chamaria vida??

Abraço, camarada!!

terça-feira, março 07, 2006 7:13:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

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quarta-feira, abril 25, 2007 11:47:00 PM  

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