quarta-feira, junho 07, 2006

De fora.

Eu estava de olho! Desde lá do começo!
O cara vinha cambaleando e realizando manobras por entre as mesas do bar e os jogadores de xadrez da sexta-feira.
Desviava das mesas, dos jogadores, das mulheres, indo em direção ao banheiro. Tendo antes que passar e desviar das mesas e jogadores de sinuca.
Eu estava de olho! E olhava também as jogadas dos sinucas.
E foi que bem na hora em que o cambaleante passava por uma dessas mesas, um dos melhores senhores sinucas arrebatava mais uma. Amarela, no tapete verde, correndo a meia velocidade, sem dúvidas, para o buraco.
Eu gostaria de ter pra mim aquele ângulo de visão. Pois ainda que cambaleando, o tal sujeito distraía-se deveras com a bola que rolava à queda. Quase foi ele quem caiu, mas forçou um pouco o equilíbrio e seguiu andando. E a bola, que quase tinha desviado de medo do olhar vermelho cambaleando, recobrou-se do susto e seguiu seu caminho à queda.
Tudo terminou como se nada tivesse ocorrido. Terminou com essas linhas de alguém que nem rolava e nem ao menos cambaleava, mas morria de vontade.