quarta-feira, junho 21, 2006

32


Trinta e dois minutos. Apenas trinta e dois minutos. Nada mais nada menos que isso. A única coisa que eu poderia querer agora seria... seria... talvez... Não sei! Aliás, sei sim! A única coisa que eu gostaria de querer agora era um belo gole de cerveja gelada com cigarro. Gostaria agora de um belo gole de cerveja gelada com cigarro, só pra começar! O dia lá fora com o sol estranho e alheio ao inverno que vem chegando me chama pra isso. Um belo gole! O fato de ter que levar a vida e garantir a grana de pagar o gole de cerveja, o cigarro, as literaturas e alguns caprichos me sustentam aqui dentro. Apenas trinta e dois minutos! Ah, que bela hora fui olhar no relógio. Tenho evitado isso ao máximo! Ontem mesmo, consegui contar apenas cinco minutos faltando. Hoje, infinitos trinta e dois minutos! E o sol lá fora... Até fechei as persianas, como todos os dias após o almoço, pra evitar que as janelas chamem demais minha atenção. Escrevo um pouco, durante os intervalos entre umas e outras tarefas, pra evitar pensar muito nesse tipo de coisa. De qualquer jeito... Ora, diabos! Vinte e cinco minutos? Parece uma eternidade ainda maior! Impossível! Vinte e cinco? Deixa pra lá! Desisti de esperar tanto tempo. Ficarei aqui, apenas imaginando. Mas não vou imaginar só um gole, não. Vou imaginar um porre e tanto! E e nem vou pensar em sol que nada, vou pensar na noite! Imaginar uma noite daquelas... Ah, deixa pra lá também. Imaginar a noite é algo extrmamente chato. Melhor vivê-la. Fico aqui mesmo. Dezenove minutos entre palavras e algumas tarefas cumpridas farão algum bem aos meus nervos. Um jogo: quanto tempo sem piscar os olhos? Não! O lance é não pensar no tempo. Vinte minutos. Qualquer coisa diferente, como construir um pêndulo com pedaços de clipes. Isso sim é distração! Dá pra esquecer de tud... Vinte minutos??? Diabos!!! Como assim? Dezoito minutos ainda! Estou ficando louco. É sério! Nem sei mais... A sombra do edifício em frente acabou de engolir o sol, está ficando frio. Enfim, o inverno. Vou procurar na janela algum indício de neve... Flocos! Flocos caindo do céu e montanhas de neve lá fora, pra todos os lados! A porta está encoberta, nunca sairemos daqui vivos! E nenhuma garrafinha de cerveja aqui dentro!!! Desespero... Não, já sei! Vou chamar o "Beer Delivery", ele nos salvará... Sete minutos. Apenas sete minutos! Tudo igual. Gosto desses devaneios. Aqui na cabeça eles vêm muito mais completos e detalhados, mas não tenho saco pra escrever tantos pormenores, não mesmo! Cinco minutos. Por que trinta e dois minutos sempre demoram duas horas pra passar? Acho que já está bom! Não vou esperar míseros quatro minutos! Nem que sejam apenas míseros quatro minutos! Tenho que sair pra fazer a barba. Cresceu bastante nessa eternidade. Mas antes, um belo gole de cerveja gelada com cigarro!

1 Comments:

Blogger Alessandro said...

Nenhum minuto mais... chame o beer delivery!

Ah ah ah!

Mas... humm... viver à noite, né? Nem tenho me dado tanto a tal luxo, você sabe. Mas o pouco que me concedo já vale um bocado.

Abração!

sexta-feira, junho 23, 2006 2:54:00 AM  

Postar um comentário

<< Home