sexta-feira, novembro 10, 2006

06.11.2006


É por aí que vou levando.
Não existem mais
muitas orelhas para serem puxadas
e o tempo já está tarde.
Os dias vêm abafando,
dizem ser a andropausa
neste corpo jovem
com doenças de gente
e humor de um velho infeliz.
Humor impertinente e sarcástico,
chato, até,
que não tem graça
de me tirar muitas risadas.
Que o prazer, agora,
só no gozo do corpo
e em ilusões
infanto-juvenis
tardias.
Vou terminando com isso aos poucos
e insistindo
e me acabando,
com um pouco de medo da dor,
mas não do desgosto.
Que a dor da carne não há de me transpor à alma
ou qualquer coisa que o valha.
Fico insistindo em terminar qualquer dia
essa coisa toda,
com a disposição rara de não ceder a nada.
É por aí que vou levando.