quarta-feira, dezembro 27, 2006

Clichë.

Bom, pra não fugir à regra, vai abaixo meu cartão de feliz ano novo pra quem entrar aqui.

Abraços!


Não passa de um dia após o outro.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

...

Já acabou essa merda toda?
Ainda não, né?
Está apenas começando...

Olha minha cara de "natal qualquer coisa pra vocês"!


Beijos!

Ontem à noite.


Melhor.
Estou melhor.
Alguns dias de sossego sempre fazem bem.
Minha cabeça pirou uns dias atrás.
Saí de onde estava e parti rumo à Argentina!
Fiquei pelo caminho por vários motivos.
Em alguma cidade do sul do país.
Nada que um tempo pra pensar não faça...
Estou melhor.
E estou de volta.
Agora mesmo estou em casa.
Sozinho.
Escrevendo.
Uma lata de cerveja deste lado.
Um copo com Malibú deste outro.
Nick Cave and the Bad Seeds com suas "Murder Ballads" rolando soltas no ar.
(saí para pegar mais alguns goles na garrafa e verifiquei que Malibu é sem acento)
Daqui a pouco quando o cd acabar, assistirei outra vez àquele filme.
Cidade dos Sonhos.
Enfim, estou melhor.
Embora a internet em casa seja um lixo e no trampo seja bloqueada pra um monte de coisa.
Embora o dia sempre nasça.
Embora as músicas sempre acabem.
Embora a vida sempre siga.
E embora os goles sempre sequem o copo.
Estou bem.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

...

Estou fraco.
Sou fraco.

VIVENDO, VIAJANDO, ANDANDO...

"Enquanto não conseguirmos suprimir qualquer uma das causas do desespero humano, não teremos o direito de tentar a supressão dos meios pelos quais o homem tenta se livrar do desespero - Antonin Artaud

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Lixo Verídico.


Outro dia fiz um programa diferente com minha mulher. Fomos assistir algum filme de merda num desses cinemas de shopping center. Antes da sessão conversamos um pouco na praça de alimentação. Ela comia algum sanduíche natural desses restaurantes de shopping centers que têm todos o mesmo sabor de plástico, tanto faz. Ela comia e eu buscava meio litro de chopp. Meio litro de chopp desses restaurantes merdas que servem a bebida em copos de plástico reciclável. Voltei à mesa e terminamos juntos as refeições.
Vamos ao filme... não sem antes passar em outro restaurante pra pegar um litro de chopp pra encarar o tal filme.
Eu sabia que no cinema não me deixariam entrar com o copo de chopp na mão. Caminhamos até a micro loja-restaurante e eu disse pra ela:

- Entra na fila do buffet. Serve um prato. Pega bastante coisa e demora algum tempo. Quando eu der o sinal, grita que tem um pêlo na comida. Joga o prato e vai embora... Entendeu?
- Mas...
- Não, peraí! Confia em mim, faz isso! Só espera o sinal!

Ela confiou e foi. Cheguei no balcão e pedi pro rapaz:

- Por favor, você pode me servir um litro de chopp?
- Claro!
- Quanto é?
- É tanto.
- É... isso eu tenho. Por favor...
- É pra já!
- Mas, espera. Espera só um pouquinho.
- Que foi?
- Será que você pode colocar esse chopp num copo desses de coca-cola?
- Mas, senhor, é chopp!
- Sim, eu sei! Mas é que preciso que você coloque esse chopp num copo de coca-cola.
- Mas, senhor, é chopp! Eu não...
- Sim, eu sei, é chopp! Você não está entendendo! Será que vou ter que comprar esse cacete em outro lugar?
- Não, senhor! Não é preciso!
- Então vai servir num copo de coca?
- Mas, senhor... quer dizer... porque quer chopp num copo de coca-cola?
- Olha, não que te interesse, mas estou com uma mulher aqui, sentada lá atrás, que não pode me ver tomando chopp! Dá pra servir?
- Mas, senhor, entenda! Eu não posso fazer isso, se alguém me pega eu me ferro! Eu não posso servir chopp num copo de coca!
- O que que é? O preço do copo? Eu pago o cacete de preço do copo de coca-cola!
- Não é isso...
- Puta que o pariu! Vocês jovens nunca confiam em velho nenhum! E você acha que eu vou sair mostrando essa coisa por aí? Minha mulher não pode me ver com isso, já disse! Se quiser, pode até pôr a tampa no copo e servir um canudo, não faz mal! Não tem problema! É melhor ainda!
- Senhor, desculpe perguntar, mas quantos anos o senhor tem?
- Ah! Muito mais do que você possa imaginar ou perceber! Você não iria acreditar...
- Não, senhor! Só perguntei porque o senhor me chamou de jovem...
- E você acha que eu não sou um velho? Ou você pensa que eu não tenho idade pra beber? Que minha mamãe tá me esperando lá atrás e por isso estou pedindo um copo de coca-cola com chopp?
- Não, senhor...
- Olha pra minha cara! Acho que só a minha barba velha já acaba com as suas dúvidas!
- Com certeza, senhor!
- Tá me chamando de velho?
- Não... é que... só quis concordar...
- Então me serve?
- Olha, não posso fazer isso... se alguém me pega...
- Já disse que não deixo! Escuta aqui, meu filho mais velho já tem onze anos! Acredita? Onze anos! E nem aquela criança seria capaz de te dedurar! Escuta! O caso é que eu tô com uma mulher ali atrás que você trocaria pela sua vida, entendeu? E essa mulher não gosta quando eu bebo. Não é pelo efeito que dá, nada disso, pelo contrário! Só que ela tem vergonha de ficar ao lado de um cara que está com um copo de plástico com chopp na mão no meio da porra de um shopping center! E que porra eu estou fazendo aqui? Não sei! Não sei que porra estou fazendo aqui! Não sei! Eu só quero um chopp pra aguentar mais um pouco sem afastar essa nojenta gostosa de perto de mim! Dá pra entender???
- Tudo bem , senhor! Calma! O senhor está gritando... Eu sirvo o copo de coca, mas não faça mais escândalo, por favor!
- Quanto é?
- O senhor já pagou.
- Sério?
- Já pagou.
- Ah, é?
- É!

O cara foi encher o meu copo de coca-cola com um litro de chopp e quando o copo estava quase cheio, pisquei pra minha mulher. Coitada, estava segurando uma fila de mais ou menos vinte e cinco pessoas naquela porra de buffet do self-service. Ela gritou sobre pêlos e também sobre baratas! Muito boa! Todo mundo saindo da fila, com nojo, e o cara me entregando a coca-cola. Peguei um canudo e fomos embora.

Na entrada do cinema, eu passei rindo da criatura que destacava nossos tickets e que pegaria meu chopp se não fosse a brincadeira realizada minutos atrás. A criatura pensou que eu fosse louco, talvez...

Assisti parte do filme. Saí pro banheiro na metade. Voltei, terminei meu chopp quente e dormi.

Depois, no outro dia, minha mulher disse que o filme foi uma bosta de merda pisada.

Ganhei a noite!

Sobre diálogos.


Sempre que alguém fala alguma coisa e eu tenho que reponder tenho, no mínimo, três tipos de respostas diferentes que, no fundo, dizem a mesma coisa.
Considerando o mínimo, tenho:

Uma resposta razoável pra situação.

Uma resposta politicamente insossa.

Uma resposta suja e, possivelmente, escrota.

Jogo fora a resposta "razoável pra situação", porque geralmente é um reflexo de bosta.
Dou uma resposta "politicamente insossa", pra que não me encham mais o saco.
Descarto a resposta "suja e possivelmente escrota", pra que não me encham o saco mais ainda.

Observação: Isto tudo, quando a situação pede. Numa mesa de bar, por exemplo, fico com alguma quarta opção.