quinta-feira, junho 28, 2007

Curta


Quase um ano e me lembrei.



Se alguém quiser, eu compartilho.


Até!

quarta-feira, junho 27, 2007


Seres abissais.
Feios, para os padrões vigentes.
Maravilhosamente lindos e interessantes pra pessoas como nós, não acha?

Um sem alma.


Noites vão, dias vêm, aparentemente sem nenhum jogo de palavras nem mudanças no script. Nenhuma troca justa. As horas se repetem uma após as outras e eu abro os olhos pela manhã trinta segundos antes do despertador cumprir o seu dever, quase inútil. O cigarro e a cerveja continuam matando, sem descanso, enquanto leio as reprises das notícias das folhas de jornal. Meus passos seguem os rastros formados nos dias e vidas anteriores, um círculo vertiginoso que enoja minha úlcera logo cedo.

Já descansei das torturas da incompreensão. Há tempos que nenhuma inquietude atreve-se. Quero que busquem, qualquer dia, um ponto qualquer de meu sacro caminho e encontrem um corpo ativo preso numa alma inanimada. Nas cavidades onde antes fitavam meus olhos, encontrem o vazio. Gritem seus piores horrores e descarreguem o peso das conseqüências de suas escolhas sobre meus ombros. Depois engulam seco meu descontraído desdém.

Espero que não sejam tão bobos. Torço pra que não aceitem a armadilha que minha carne proporá. Sorrisos que estão para sangrar, mordem antes de morrer.

terça-feira, junho 26, 2007

#


Num piano, difusas semibreves, as notas desciam correndo as escadas. Um plano: desculpas discretas e enrugadas projetadas onde os olhos quisessem olhar. No olhar o que se via era um vazio sem fim. Buracos negros, infinitos, e castanhos por fora. Bruxas, nem milagres, nem peões de xadrez faziam mais sentido. Enquanto a melodia acelerava-se de outro andar, lenta, o corpo enrijecia-se o mais que podia. Cegava-se, a língua, na textura soturna dos ares sem música. As paredes pulsavam cor, ação tão normal de fiéis confidentes tão ingênuas. Os comprimidos faziam efeito.

foi num simples bocejar da vida
que tomou-se de quantas substâncias
os pensamentos desta criatura

matéria, nem bebidas ou fumaças
freguesia de bom crédito
faziam diferenças também

As palavras, num incompreensivo, morriam da garganta ao céu da boca. Talvez fossem alegrias, desculpas ou arrependimentos. Na verdade, esforço vão. Ingênuas e tão inúteis confidentes, as paredes que pulsavam cor não poderiam escutar.

foi num simples piscar de olhos
a vida
que tomou-se de quantas substâncias
os pensamentos
desta criatura

Os comprimidos faziam efeito. Os segredos imortalizavam-se, esculpidos no ar. As palavras, não se sabe se de alegrias ou arrependimentos, fugiam escala abaixo, entupindo a garganta.

O caminho estava certo, os comprimidos descansaram. O corpo finalmente tocou o chão. Um baque seco escapa um grito engasgado e solitário. Os pensamentos molham o chão. O teto manchado canta tenor um boa noite, no momento exato em que morre aquela curiosidade do último suspiro. As notas musicais tocam, enfim, os ouvidos inertes, sorridentes e indiferentes.

quinta-feira, junho 21, 2007

Outra casa!


Esse moleque é doido: http://iosbilario.blogspot.com/


E ele me convidou pra contribuir no blog.


Estou lá, de vez em quando.


Abraços!